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Eu disse AGORA não disse AMANHÃ DEPOIS ONTEM



"Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor."
Samuel Beckett


"As pessoas só querem fazer aquilo que sabem fazer. Ninguém pode mudar se só fizer aquilo que sabe fazer." 
Marina Abramovic





SINOPSE

Podemos decidir ficar parados ou avançar.

Não sabemos porque avançamos, mas continuamos.

Nesses espaços que vamos percorrendo, confrontamo-nos com
a nossa memória,
as nossas falhas,
as nossas vitórias.

Somos aquilo que construímos e decidimos ser no caos da existência.

O ERRO como condição, evolução, como eterno ponto de partida. 



De repente algo nos faz parar. Podemos decidir ficar parados ou avançar. Muitas vezes não sabemos porque é que avançamos, mas continuamos a avançar. Os caminhos surgem como possibilidades. Os mapas que construímos na vida e no teatro são percursos feitos de AQUI ALI ALGURES SÍTIOS LUGARES CASAS. Nesses espaços que vamos percorrendo, construindo, confrontamo-nos com a nossa memória, os nossos erros, as nossas falhas, as nossas vitórias. Somos aquilo que construímos e decidimos ser no caos da existência. O ERRO talvez seja o maior impulsionador da ARTE e da VIDA. O ERRO como condição. O ERRO como evolução. O ERRO como eterno ponto de partida e de chegada. O ERRO como espaço invisível dentro das perguntas. Perguntas e mais perguntas. Quem seria se pudesse ser? Onde iria se pudesse ir? O que é que estamos dispostos a fazer pelos nossos sonhos? Que dias esperamos? Que dias desejamos? Que dias queremos construir? Será possível um futuro se tudo cai das minhas mãos? Será possível um futuro se eu já não sei se é de dia ou de noite? O PASSADO DÁ À COSTA escreveu Heiner Müller. Por vezes ignoramos o passado; vivemos na ilusão do presente; esperamos um futuro completamente controlado por nós. Parar ou avançar? AQUI? ONDE? QUANDO? HOJE? AMANHÃ? O amanhã, os dias seguintes, os dias que estão por vir são hipóteses, mas o corpo, esse, continua na vertigem violenta, num estado poético e patético. EXAUSTO. ALGUÉM LÊ BECKETT NUMA ESTAÇÃO DE COMBOIOS E DE REPENTE A BOCA DESAPERECE E AS RESPOSTAS SÃO ETERNOS ESBOÇOS.
Tiago Vieira



FICHA TÉCNICA


Encenação, Dramaturgia, Coreografia –  Tiago Vieira.
Cenografia, Figurinos –  Tiago Vieira.
Música – Tiago Vieira.
Vídeo – Joana Mendes, Tiago Vieira, Elói Barros, NNT.
Interpretação – Elói Barros, Daniel Mendes, Eduardo Foster Silva, Joana Mendes, Mariana Queiroz.
Fotografia – Carolina Thadeu.
Produção – NNT.
Parceiros – Associação Artes e Engenhos.






PROJETO


O corpo é a principal matéria. No corpo encontra-se memórias, biografia, ficções, relações, reminiscências. O corpo como conceito. O corpo como carne. O corpo exausto. O corpo cansado. O corpo que compreende, que falha, que ultrapassa, que decide. O corpo como lugar, identidade, pátria. O corpo como revolução, revelação, exposição. O corpo. O corpo do performer. O performer como agente activo de criação. O performer como dramaturgista, cenógrafo, figurinista, produtor, actor, bailarino. O performer estabelece relações pessoais com aquilo que está a produzir artisticamente. O performer é capaz de olhar a realidade de uma forma extra-real. O quotidiano torna-se onírico. A utopia revela-se uma possibilidade. O performer começa a acreditar em coisas que não acreditava e ri-se disso. O performer fotografa, filma, escreve, lê e relê, sublinha, edita, selecciona, deita fora, volta ao que deitou fora, selecciona, deita fora outra vez, cansa-se, irrita-se, pensa em desistir, regressa, ri-se, surpreende-se, desenha, mapeia, tem dores nas pernas, nos braços, nos pés. O performer avança sem saber porquê mas avança. Avança porque numa determinada altura tem que se avançar. Constrói-se um espectáculo. Procuram-se personas como símbolos perversos, sonhadores capazes de destruir, matéria de violência poética, seres patéticos, organizadores de festas, corpos guerra, corpos apocalipse, corpos eróticos, corpos ridículos, corpos que tentam fazer teatro. O performer tenta fazer teatro desconstruindo o teatro, reescrevendo a história, revelando restos da sua própria história. O performer lê e relê. O performer rouba palavras aos dramaturgos e constrói a sua dramaturgia. Uma dramaturgia que não procura respostas mas sim perguntas. Uma dramaturgia que vive de fragmentos, que corrompe a narrativa, que procura um discurso aberto. O espectador é convidado a criar a sua própria dramaturgia, a estabelecer uma relação livre e pessoal com o espectáculo. O espectáculo na verdade não é um espectáculo, é um encontro, um acontecimento, um momento partilhado, um momento que se pretende inesquecível. Numa época em que facilmente se esquece das coisas, se altera, se modifica, se anula, se deita fora, talvez a Arte seja o último lugar possível do eterno e da memória. O Teatro é um momento indiscutivelmente único. O Teatro enquanto espaço do corpo que se revela através de palavras que expressam intenções. O Teatro que não procura explicações mas intenções. A intenção como motor de criação artística. A intenção como espaço de questionamento. O TEATRO-PERGUNTA e não o TEATRO-RESPOSTA. O Teatro que deambulando pelo ridículo revela o trágico. O Teatro enquanto espaço do EU-ARTISTA. O Teatro como expressão biográfica, ficcional, auto-biográfica, bio-ficcional. O Teatro como Erro. O Teatro como tentativa. O Teatro como REcomeçar, REdescobrir, REpensar, REescrever. O Teatro onde o corpo no encontro com as palavras procura a Dança. O TEATRO REVOLUÇÃO. O TEATRO MANIFESTO. O TEATRO MOTHERFUCKER. O TEATRO DO CORPO. CONFRONTO. Os corpos confrontam-se. Procuro o confronto porque a apatia é insuportável, a preguiça é acima de tudo falta de inteligência. Há coisas que me incomodam. Coisas que me emocionam. Coisas que amo. Coisas que perco. Coisas que são segredos. O Teatro como espaço do segredo elevado a grito. Porque é que fazemos Teatro? O que é que procuro no Teatro? Porque é que o Teatro faz sentido? São perguntas às quais procuro responder agindo.



Tiago Vieira





APOIOS





PARCEIROS E AGRADECIMENTOS

Direção NNT
Antigos e Novos Membros NNT
Hugo Pereira, Patrícia Couveiro, Sandra Hung, João Frias
NuSI
Associação Cultural Artes e Engenhos
RádioFCT
Todos os que contribuíram para a concretização deste projeto.

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